Vozes LGBTQ
O trabalho com a imprensa independente e de pequeno porte permite uma maior diversidade de vozes para publicar e disseminar. Como vimos na seção anterior, existe a necessidade de criar mais publicações em idiomas indígenas pois as editoras maiores tendem a priorizar obras em línguas europeias. Infelizmente, esse fato tem sido comprovado na história também em relação a gênero e sexualidade. Os profissionais das editoras são quase sempre homens, heterossexuais, cisgênero e privilegiados, oriundos das classes média e alta. O movimento cartonero traz uma maneira de contestar esse privilégio, como veremos nos exemplos a seguir.
Em seu ensaio, Viviane Vergueiro aponta dicotomias em termos de gênero e sexualidade com raízes na colonização europeia no Brasil. Essas dicotomias criam diferenças que atravessam as hierarquias e os resultados são a violência e outras formas de opressão.
Erik Meneses (2021) examina a intersecionalidade de indigeneidade, gênero e sexualidade e busca a solidariedade entre comunidades que vêm sendo social e sistematicamente excluídas.
Tzoc (2015) prefere brincar um pouco em suas interrogações sobre sexualidade e designações mas sua mensagem, mesmo assim, ecoa as mensagens de outros autores destacados nesta seção: nossa missão é visualizar as construções contemporâneas de sexualidade e gênero como legados do colonialismo.